terça-feira, 7 de agosto de 2018

Quando uma velha casa reflete a face oculta da sociedade

Uma casa abandonada por ai em destaque...
Estava caminhando pela cidade, por uma rua que não costumo utilizar, quando me deparei com uma antiga casa quase coberta pelo mato e resolvi observá-la por alguns instantes. Sentia que ela era familiar de alguma forma!

Foi então que lembrei! Eureca! Sim, era a mesma casa que há mais de dez anos servira de tema para um artigo que escrevi num finado blog. Em resumo, havia questionado a ambição das pessoas, pois o imóvel naquela época já estava abandonado há anos por conta de uma ação judicial familiar, ou seja, todos queriam a casa e na prática ninguém podia usá-la.

Pelo estado daquela propriedade, entendi que a morosidade da nossa justiça aliada a velha ambição desmedida em nada havia mudado a sorte daquele lugar. Vários prédios foram construídos ao redor, mas a casa estava ali, servindo de abrigo apenas para insetos, pequenos animais e quem sabe mendigos em noite de frio?

Independente de outros questionamentos possíveis, pensei no quanto a nossa sociedade caminha para um vazio existencial, uma espécie de buraco negro capaz de drenar bons sentimentos e transmutar em absolutamente nada! Afinal, no caso do imóvel, se um não pode ter e não pode dividir, então ninguém terá! Que tombe podre!

Resolvi retomar meu caminho e me veio parte da letra de "baader meinhof blues" (Legião Urbana) na cabeça, como um insight, uma inspiração ou quem sabe um recado dos antigos proprietários?
"A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais, você passa dia e noite e sempre vê apartamentos acesos, tudo parece ser tão real, mas você viu esse filme também! Andando nas ruas pensei que podia ouvir, alguém me chamando, dizendo o meu nome..."

Um comentário:

  1. Olá Flavio,
    Há muitas casas assim por Belem, varias ainda na justiça sem um dia certo para ser resolvido, enquanto isso ficam assim, deteriorando, o que é uma pena. Mas a justiça é injusta pelo menos por aqui. Como diz o poeta: "Assim caminha a humanidade".
    Um abraço.

    ResponderExcluir